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Saúde Mental da Mulher

Desde sempre a mulher possui multiplicidade de papéis na sociedade. Nesse sentido, a mulher pode ser mãe, trabalhar fora de casa, cuidar da casa, entre outras atividades que tornam a sua rotina bastante cheia. Assim, muitas vezes, ela se esquece do principal: os cuidados com a própria saúde.

Como se não bastasse as inúmeras funções desempenhadas, a mulher ainda é frequentemente submetida a diversos fatores estressores, sejam psicológicos, sejam físicos, como o medo da violência e do abuso, o que prejudica a manutenção de sua estabilidade mental.

Dessa forma, mesmo que o ambiente externo ao redor da mulher esteja organizado e bem cuidado, o ambiente interno pode estar em processo de adoecimento. Problemas psicológicos, ansiedade, depressão, distúrbios alimentares e transtornos associados ao ciclo reprodutivo são alguns exemplos disso.

Os principais fatores potencializadores para o adoecimento psíquico das mulheres são:

  • Questões estruturais da sociedade, como a atribuição das tarefas domésticas inteiramente à mulher, contribuindo para uma jornada repetitiva e estressante de trabalhar, cuidar da família e da casa;
  • A falta de momentos de lazer e descanso;
  • Questões econômicas, como a dependência financeira da família, do parceiro ou do governo;
  • Baixa qualidade de vida;
  • Repressão sexual e/ou submissão ao parceiro.

Além de toda vulnerabilidade relacional, ainda há os processos biológicos envolvidos que afetam a saúde mental das mulheres.

Do início da menarca até após a menopausa, a mulher experimenta diversas alterações de humor específicas ligadas às flutuações nos níveis séricos de estrogênio e progesterona, como a tensão pré-menstrual, a ansiedade perinatal e a irritabilidade na perimenopausa.

Esses fatores, associados a questões sociais, como a pressão estética e a violência, prejudicam ainda mais a mente das mulheres.

Transtorno mentais em números
A mulher é cerca de 1,5 vezes mais vulnerável a transtornos mentais do que os homens, sobretudo, devido a aspectos do ciclo reprodutivo feminino.

Em geral, os transtornos mentais estão entre as 10 causas mais comuns de incapacitação no mundo, sendo os mais incidentes listados a seguir:

  • Depressão (13%);
  • Alcoolismo (7,1%);
  • Esquizofrenia (4%);
  • Transtorno Bipolar (3,3%);
  • TOC (2,8%).

 

A depressão afeta duas vezes mais mulheres do que homens e corresponde à principal causa de incapacidade no trabalho.

O suicídio, que, em diversos casos, está relacionado a um quadro depressivo persistente, cresceu cerca de 50% nos últimos 10 anos entre a população feminina.

Além disso, o suicídio também é mais incidente em mulheres do que em homens, com maior ocorrência em: domésticas, donas de casa e estudantes.

Dentre os fatores que mais agravam esse cenário estão: a sociedade machista, violência doméstica, estilo de vida fechado com pouco contato social e abusos físicos e psicológicos.

E como se apresentam os Transtornos Mentais mais comuns?

Os transtornos mentais comuns são mais incidentes na população feminina em relação à masculina, com maior prevalência de transtorno de humor depressivo/ansioso, cujos sintomas são:

  • Nervosismo;
  • Preocupação excessiva;
  • Estresse;
  • Tristeza;
  • Irritabilidade;
  • Choro fácil ou sem motivo evidente;
  • Sintomas somáticos: dor de cabeça, insônia, dor estomacal, cansaço e perda de ânimo.

 

Em relação aos transtornos de ansiedade as fobias específicas são as mais comuns, sendo as mais frequentes as fobias de animais, de altura, de tempestades e de lugares fechados.

Transtornos mentais associados ao puerpério

A gestação é um momento bastante importante para a mulher e exige um cuidado extra com a saúde física e mental.

Fatores fisiológicos podem tornar a gestante mais sensível a desenvolver certos transtornos mentais, afetando, inclusive, o desenvolvimento fetal.

Além disso, o pós-parto também se torna um momento muito desafiante para a mulher, sendo possível o desenvolvimento dos seguintes quadros nesse período:

  • Tristeza do pós-parto: acomete cerca de 26% – 85% das mulheres e dura de 1 a 10 dias, sendo um período transitório e de adaptação para a nova fase;
  • Depressão pós-parto: aparece em 10% – 20% das mulheres, sendo que que a mãe passa fatia majoritária do dia deprimida, e esse estado dura no mínimo 2 semanas, podendo se prolongar para um período de 3 a 6 meses;
  • Psicose pós-parto: é mais grave e raro, com acometimento de 0,2% das mulheres.

 

Fatores de proteção para a saúde mental das mulheres

Certos fatores podem colaborar para a promoção da saúde mental da mulher, como:

  • Cultivar a resiliência emocional, de forma a ser capaz de contornar situações adversas, contando com a ajuda, se necessário, do profissional psicólogo ou psiquiatra;
  • Desenvolver habilidades sociais de resolução de problemas, de gerenciamento de estresse e de desenvolvimento do autocontrole;
  • Realizar atividade física regularmente;
  • Priorizar uma boa alimentação;
  • Guardar um tempo da rotina para o lazer;
  • Buscar a realização pessoal e profissional de acordo com suas prioridades;
  • Afastar-se de relacionamentos tóxicos e abusivos;
  • Conhecer e alimentar a sua autoestima;

 

Lembre-se, os cuidados com a sua saúde começam por aqui e será um prazer te acompanhar nessa trajetória, marque sua consulta!

Dra. Grazielle Bazoli
CRM-SP: 165502

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